Nessa época eu estudava em Barra do Piraí, e fui almoçar com um amigo, Paulo Silvio, proprietário de uma transportadora, no Belvedere, localizado do cruzamento da estrada que liga 3Rios a Volta Redonda com a estrada que liga Barra do Piraí a Valença.
Entramos no restaurante e fomos convidados a sentar na mesa de um caminhoneiro amigo dele.
Lá pelas tantas surgiu o assunto de corridas de automóveis. O caminhoneiro saiu com a seguinte pérola.
-"Dirigir carro de corrida é mole, quero ver um cara desses dirigir meu caminhão." disse apontando para um conservadíssimo FNM D 11.000, amarelo, que estava estacionado no pátio.
O Paulo Silvio informou ao cara que eu corria de automóveis, mas ele insistiu que queria ver se eu saberia dirigir o caminhão dele. Eu, nas férias costumava viajar com um caminhão igual ao dele, de outro amigo, o João Frias, e stava bastante habituado com o FNM, que realmente não é muito fácil de dirigir, além da caixa "seca", os tirantes que ligam a alavanca de marchas ao trambulador geralmente tinham folga, dificultando ainda mais "achar" o encaixe das marchas. Além disso, tinha uma direção pesadíssima e um sistema de freios sofrível. Quando eu disse quedirigiria o caminhão dele, ele propos que apostássemos o almoço, no que concordei. Combinamos que eu deveria descer do Belvedere, até a Igreja de Santana em Barra do Piraí, um trecho de aproximadamente 2Km descendo e subir de volta.
Sentamos no caminhão, dei a partida no motor, perguntei como eram as marchas, que ele me mostrou com um sorriso de deboche. Engrenei a primeira e acionei a alavanca da reduzida, soltei o freio de mão baixando a alavanca e dando uma puxada rápida para cima, só assim os freios desbloqueavam, nisso ele percebeu que eu não era tão leigo.
Arranquei suavemente, e movimentei a alavanca retirando a reduzida, estiquei a primeira, passeia segunda caprichando a dupla embreagem e ao mesmo tempo "cruzava" engatando novamente a reduzida com a mão esquerda.
-"Pode estacionar. Já ví que perdi o almoço". Disse rindo
6 comentários:
Que história legal Pedro. O que eu mais gostava dos FNMs era o som do motor e o cheiro que o escapamento exalava. Quando viajávamos no fusquinha marrom claro de meu pai era uma festa para mim e meus irmãos quando ficávamos atrás de um desses.
E a fumaceira preta? Era demais.
Hoje seria a morte para os ecochatos.
Mauricio, viajei muito no FNM do meu amigo João Frias, tem muitas histórias, às vezes assustadoras. rs.
Um abraço.
Legal demais Pedro!
Pedro o FNM tinha o freio montanha motivo pelo qual vc teve q soltar rapido a alavanca o som do motor em marcha lenta era o tu tu tu tu aqui eu me lembro da fantasma q era do Renato Kreischer na epoca do transporte Itaipava qdo caiu sozinha dentro do Rio outro caminhão q marcou muito foi GMC Maritimo com duas caixas de marcha tb era show valeu abraço
Pedro, eu também tive a oportunidade de guia os fênêmê, mas a´penas dentro de canteiro de obras. Era dificil mesmo, especialmente na hora de "cruzar os bigodes" (marcha pra frente x reduzida para tras), soltando o volante.
Antonio
Muito boa essa história.
Dirigi apenas um International, era bem menor, se lembra desse caminhão?
Abraço.
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