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sábado, 2 de abril de 2011

AUTOMOBILISMO EM PETRÓPOLIS

Aos poucos e de maneira não sequencial, vamos fazer um passeio histórico sobre as corridas de automóveis e as manifestações automobilísticas em Petrópolis, num período que abrange de 1908 a 1958. Depois entramos mais especificamente nos anos 60, até aquele fatídico episódio de 1968 que encerrou as competições em nossa cidade.

Gastão de Almeida e seu Berliet 1908, vencedor em São Gonçalo, RJ.

O primeiro registro que se tem notícia é de 9 de março de 1908 quando, às 13:00 horas, chegaram à cidade os pilotos Gastão de Almeida e Braz de Nova Friburgo, ao volante de um Friedrich, e em companhia de um mecânico de nome Chocolate. O périplo se iniciara três dias antes, às 13:30 horas partindo da então Av. Central (mais tarde Rio Branco), como um raid de resistência.

Enfrentando estradas mais voltadas aos veículos de tração animal - as alternativas mais viáveis eram os acessos por trem ou das barcas que saíam da Prainha até o porto de Mauá, e daí demandavam a raiz da Serra e dali subiam subiam para Petrópolis - a empreitada foi coroada de pleno sucesso pois, segundo registros da época, o carro sofreu apenas desgaste excessivo nas borrachas dos pneus.

O feito foi algo excepcional na época, uma vez que carros eram muito raros no Brasil e os autores da façanha recebidos e saudados como verdadeiros heróis. No dia seguinte à chegada, carros e pilotos retornaram ao Rio de Janeiro pelo trem, onde também foram recebidos com entusiásticas manifestações.

Dois anos e meio mais tarde, em 8 de dezembro de 1910, o mesmo Gastão de Almeida, em companhia de Artur Bilbau e Sully de Souza, fizeram outro raid desta vez de Petrópolis a Juiz de Fora, completando o percurso em "apenas" oito horas, facilitado pelas condições mais favoráveis da estrada União e Disciplina. Outros pioneiros, Luiz Tavares Guerra, Luiz Prates e Honorato Pereira tiveram menos sorte ao partirem em 12 de abril de 1911 rumo a Teresópolis, mas só alcançando o destino após 39 horas.

Mais uma tentativa foi feita em 4 de maio de 1914, quando os petropolitanos José Tavares Guerra, Henrique Cunha e João raeder, em companhia dos mecânicos, Waldemar Rocha e José Silva demandaram Paraíba do Sul, lá chegando após 5 horas de viagem. A partir daí, com o crescimento da produção automobilística, carros deixaram de ser novidade para fazer parte da paisagem urbana.

Consequentemente, os grandes raids perderam o interesse do público, desta vez mais voltados às competições de velocidade pura, que se tornariam mais frequentes a partir da década de 30.

(consulta de texto Manoel de Souza Lordeiro/foto reprodução)

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